31.1.08

Mortes Imaginárias

"Faz tempo que não tomo champanhe, diz Tchecov antes de se entregar à velha e íntima inimiga. Ele certamente fazia pouco da glória póstuma e da pose final, e importava-se pouco em deixar uma frase de moribundo. A morte rabisca. Tchecov não tem mais a força do arrependimento. Escreveu certo dia: "A arte de escrever não é a arte de escrever bem, e sim a arte de riscar o que foi mal escrito".




"Flaubert, moribundo no sofá turco, relembra sobretudo essas imagens, como aquela que o fez ser ele próprio escritor, a mania de não ver as coisas com os olhos mas com as palavras, de escrever para imaginar o que jamais se saberá".





Não resisti em colocar uma palhinha deste livro que vem consumindo meus dias, mente-coração, desde que o ganhei de presente. (Obrigada, meu amigo! Amo ganhar livros, e este é um daqueles definitivos, que acompanham a gente para sempre).




Chama-se Mortes Imaginárias, de Michel Schneider.



Volto depois com calma e mais tempo.



Mas acordei pensando nele e não resisti.

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