27.12.06

RESENHAS - parte 1

Percebi que nunca fiz um posto com resenhas e matérias do meu livro A pequena morte e outras naturezas. Como o romance sairá em 2007, vale a pena dar uma refrescada nessas coisas... Ainda vou aprender a manusear melhor o blog e deixar num link definitivo. Até lá...



Naturezas vigorosas
Os contos de "A pequena morte e outras naturezas", da jovem escritora Claudia Lage, são histórias longas de múltiplos feitios, com enredos extremamente diferençados, tratando da vida como um percurso de situações surpreendentes. Reunidas, as treze narrativas do livro compõem todo um painel pontilhado de possibilidades da existência. Em destaque, as relações afetivas, como destino essencial para as personagens. Por tramas imaginosas e originais, sempre com desfechos extraordinários, os contos tratam da descoberta do amor, da perplexidade no desencontro, da dor da perda e da saudade, da rotina na existência sem sentido, do desejo e do sabor da morte. No encaminhamento de suas histórias, a escritora lança mão das mais diversas técnicas narrativas, desde o relato de memória até o monólogo interior. Claudia Lage usa com habilidade tanto a narrativa na terceira pessoa, como na primeira, sendo vigorosos e fluentes os instantes de diálogos. Em cada um de seus contos, estão evidentes o domínio da linguagem e a adequada opção estilística. Sem dúvida, com "A pequena morte e outras naturezas", a escritora estreante firma seu talento, prenunciando uma boa presença na literatura brasileira. --
por José Arrabal (Site Capitu- literatura, Submarino)

As nossas pequenas mortes (Jornal do Comércio, Recife)

Nesses tempos em que você passa por uma livraria e dá de cara com obras de novos autores com 800 páginas, mais 300 de prefácio e 200 de introdução, encontrar livros de estreantes com simplórias 222 páginas é um achado. Adicione isso a epígrafes de gente como Clarice Lispector e Hilda Hilst, recomendação de Antônio Torres e além do mais textos emocionantes e precisos, parece até invenção. Mas é assim com essa boa surpresa que Cláudia Lage lança seu primeiro trabalho, A Pequena Morte e Outras Naturezas (Editora Record, R$ 20,00).
“Em um País onde a leitura é mínima, o conto pode despertar o interesse das pessoas”, afirma a autora. As estórias de Cláudia, graduada em letras pela Universidade Federal Fluminense, são curtas, porém construídas com grande densidade psicológica, valorizando as emoções.
Entre as suas influências, ela admite as de grandes nomes, como Clarice Lispector e Manoel de Barros – todos citados nas epígrafes da obra. Além desses dois, é possível sentir um certo ar de Caio Fernando Abreu e Rubem Fonseca, aqui e ali. Dois autores, diga-se de passagem, que parecem permear o trabalho de muitos estreantes atualmente no Brasil.
No futuro, a autora pretende entrar no terreno do romance, mesmo admitindo que é admiradora da linguagem curta, quase em pílulas, que os contos proporcionam. “Todo mundo fica me dizendo que conto é difícil, que não vende. Não sei, acho que gosto de uma história curta, de uma narrativa essencial que se resolva em pouco tempo”.



A Pequena Morte e Outras Naturezas
CLAUDIA LAGE
Treze contos da autor estreante Claudia Lage. Entretanto, Claudia apresenta histórias fortes, apresentadas com estilo apurado, livro segurança na ação e expressivo domínio da linguagem. São narrativas longas que, sem soluções fáceis, tratam das múltiplas possibilidades dos sentimentos humanos escritor e do sentido autor da vida. Sem dúvida, claudia lage revela a escritora como talentosa presença na literatura brasileira.