9.6.08

Escrever para Tchékhov

O mestre do conto moderno, um dos meus escritores preferidos, (a quem sempre recorro quando preciso de um alento ou conselho, ou quando simplesmente preciso de descanso, como estar entre bons amigos) escreveu inúmeras cartas nas quais refletia, e muito, sobre o processo criativo. Aqui vão algumas reflexões do mestre:

"Não retoques, não buriles demais, sê estouvado e audacioso. A brevidade é irmã do talento".

"Na esfera da psique também são os detalhes que contam. Deus nos livre dos lugares comuns! O melhor de tudo é evitar descrever o estado de espírito das personagens; deve-se fazer com que ele seja apreendido a partir de suas ações...".

"Quanto mais a situação é sentimental, tanto mais frieza é necessária para escrever, e o resultado será mais sentimental. Não convém açucarar".

"Quando escrevo, eu confio inteiramente no leitor, supondo que ele mesmo acrescentará os elementos subjetivos que faltam ao conto (sobre a tendência de escrever e julgar os personagens, 'escrever não é passar sermão', diz Tchékhov)".


"Não sejamos charlatões e vamos deixar claro que nesse mundo ninguém pesca nada. Somemte os imbecis e os charlatões é que sabem e compreendem tudo".

"O bom romancista deve passar ao largo de tudo o que tenha significado transitório".

"Notei também outra lei da naturezas: quanto mais alegre eu vivo, mais sombrio saem meus contos".

3 comentários:

Manoela Sawitzki disse...

Ai, jisuis... Tou com leituras de vc acumuladíssimas!!!
não posso virar as costas que Claudinha posta de novo (rs...)!
Querida, vou ler tudo e depois falar direito sobre cada texto...
Seria bom demais se isso acontecesse diante daquele chope tão combinado e tão adiado...

grande beijo em vc
Manu

Anônimo disse...

Cláudia,

Fantástico pensar em Tchékhov reverberando na sua cabeça enquanto você escrevia o romance.

Fora que, em si, a sua seleção das citações já é uma aula.

Até!

Cristiane B.

Anônimo disse...

Cada vez q leio o que escreve tenho plena convicção q ñ sou louca e q meus pensamentos ñ estão soltos no meio do nada...