2.11.05

Estética

Desvios na narrativa. Um olhar diferente no modo de contar a história. O lado oblíquo das coisas. Quase que ver pelo avesso, ver por dentro, como uma câmera intrusa dentro de um corpo, o personagem, o mundo.

Me parece muito mais interessante do que virar simplesmente o texto de cabeça pra baixo, por virar. Tirar vírgulas, por tirar, buscar um vistuosismo da forma, que é forma virtuosa, mas não é estética.

Estética é quando o autor cria sua própria lógica, seu próprio organismo vivo com a linguagem.

É muito complexo criar uma voz narrativa original. Complexo, não de grau de dificuldade, mas de pensamento sobre a escrita.

Guimarães, Clarice, Hilda, Noll, Cortazar, Calvino, Borges, Kafka, Becket e poucos outros fazem isso.

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